Filosofia
e
Arte
Local: Centro de Teologia e Ciências Humanas CTCH - Bloco B
Data: 25 a 28 de Outubro de 2010
Informações: Secretaria do Curso
(81) 2119-4176
www.unicap.br
Corrupção e aborto continuarão provavelmente a dominar a campanha presidencial e deverão ser fatores determinantes do desfecho da eleição do sucessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Análises de especialistas sobre os resultados de 3 de outubro e a última pesquisa Datafolha sugerem, no entanto, que os cerca de 11% dos eleitores ainda indecisos ou que pretendem anular seus votos ou deixá-los em branco têm preocupações que vão além da corrupção e do aborto. Esses eleitores vivem nas grandes cidades, pertencem às camadas mais bem educadas da população e valorizam temas relacionados com qualidade de vida e sustentabilidade incluídos na lista de 12 tópicos que Marina Silva desafiou Dilma Rousseff e José Serra a debater.
Com a credibilidade de quem recebeu quase 20% da votação do primeiro turno e manteve aberta a contenda presidencial, a líder verde colocou sobre a mesa questões estratégicas que o Brasil terá de confrontar nos anos à frente se quiser tornar-se um país mais competitivo, próspero e relevante num mundo em rápida transformação: mudanças climáticas, energia e infraestrutura; a proteção dos biomas brasileiros; o fortalecimento da diversidade socioambiental e cultural do País; e o muito que esses temas têm de relevante para a condução da política externa do Brasil num cenário global em que a questão do clima já entrou na pauta da segurança internacional.
Em 2006, o ex-ministro do Meio Ambiente Rubens Ricupero afirmou que o Brasil reúne os ativos necessários para se transformar numa "potência ambiental" se adotar políticas e posturas criativas e inovadoras que valorizem a exploração racional de seus abundantes recursos, em benefício dos brasileiros, da sustentabilidade e da paz internacional. Entre esses ativos estão a maior floresta tropical, uma das maiores reservas de água doce, a maior concentração de biodiversidade do planeta, a melhor matriz energética e a mais bem-sucedida produção industrial de um combustível renovável - o etanol de cana. Em dezembro de 2008, a liderança internacional do Brasil começou a aparecer em Copenhague, nas negociações de uma convenção global sobre a redução das emissões de carbono causadoras das mudanças climáticas.
Internamente, contudo, o País ainda está por resolver as contradições impostas pela abundância e diversidade das fontes de energia a seu dispor. Governantes, líderes empresariais e especialistas do meio acadêmico gostam de alardear a qualidade superior da matriz energética brasileira, com 47% do consumo atendido por fontes renováveis, que se comparam a 7% do mundo industrializado.
Essa conta não inclui, contudo, o impacto futuro das emissões da exploração do pré-sal e das descobertas recentes de grandes reservas de gás natural no interior do País. Quarto maior emissor global de carbono, por causa do desmatamento, o Brasil inevitavelmente aumentará essas emissões no decorrer da década entrante, quando deverá entrar para o clube dos grandes produtores e exportadores de petróleo. A exemplo do pré-sal, o ambicioso plano de construção de várias usinas hidrelétricas na região amazônica, previsto pelo PAC, trará benefícios, mas também custos econômicos e ambientais consideráveis. O mesmo raciocínio vale para a expansão da indústria do etanol, o desenvolvimento de outras fontes renováveis abundantes, como o sol e o vento, e a construção de uma terceira usina nuclear. Caberá ao próximo presidente o desafio de integrar as várias fontes de geração de energia numa estratégia coerente, que preserve as vantagens do sistema dominado por energia renovável que o País construiu ao longo das últimas décadas.
Dilma e Serra podem não ser as pessoas que os brasileiros mais gostariam de ver no Planalto. São, no entanto, os candidatos ideais para debater a qualidade e sustentabilidade do modelo energético, pois representam visões diferentes, se não opostas, sobre o assunto. Como ministra de Minas e Energia, presidente do Conselho de Administração da Petrobrás e chefe do gabinete de Lula, Dilma comandou a execução de um modelo ancorado em megaprojetos, como o pré-sal e a Usina de Belo Monte, no coração da Amazônia. Por essas e outras, Marina desiludiu-se com o Partido dos Trabalhadores e deixou o Ministério do Meio Ambiente de Lula. O complemento desse modelo, na política externa, tem sido a defesa pelo País da prestação de serviços ambientais, pela qual outros países pagariam ao Brasil, pela mitigação dos impactos ambientais negativos desses empreendimentos.
Em contraste, como governador de São Paulo José Serra sancionou regulamentos e leis estaduais que estabeleceram metas de redução de carbono para a indústria e a agricultura paulista e criou um registro voluntário de emissões que aponta para a criação de um mercado de compra e venda de certificados de emissão de carbono. É um caminho que o governo federal rejeitou. Podem esses dois modelos conviver? Qual deles será melhor para o Brasil?
Os céticos dirão que o assunto é complexo demais para mobilizar os eleitores brasileiros, que são, em média, pouco instruídos. Esse argumento é falho, porém, especialmente no quadro da eleição apertada que se avizinha. Os eleitores que decidirão a contenda entre Dilma e Serra não são os menos informados, até porque estes aparentemente já optaram. A briga será pelos votos dos mais esclarecidos, entre os quais estão os 20 milhões que apoiaram Marina. Além da lisura e da transparência, eles valorizam a sustentabilidade.
Outro dado a considerar foi revelado por uma pesquisa sobre atitudes públicas em 22 países, divulgada há três semanas pelo Pew Center for the People and the Press, de Washington. O Brasil, segundo o levantamento, é a nação onde a maior proporção da população - 85% - afirma considerar as mudanças climáticas um tema "muito sério". Isso se compara a 41% na China e 37% nos Estados Unidos.
JORNALISTA, É DIRETOR DO BRAZIL INSTITUTE DO WOODROW WILSON INTERNATIONAL CENTER FOR SCHOLARS
• Dê mais às pessoas, MAIS do que elas esperam, e faça com alegria.
• Decore seu poema favorito.
• Não acredite em tudo que você ouve, gaste tudo o que você tem e durma tanto quanto você queira.
• Quando disser "Eu te amo" olhe as pessoas nos olhos.
• Fique noivo pelo menos seis meses antes de se casar.
• Acredite em amor à primeira vista.
• Nunca ria dos sonhos de outras pessoas.
• Ame profundamente e com paixão.
• Você pode se machucar, mas é a única forma de viver a vida completamente.
• Em desentendimento, brigue de forma justa, não use palavrões.
• Não julgue as pessoas pelo seus parentes.
• Fale devagar mas pense com rapidez.
• Quando alguém perguntar algo que você não quer responder, sorria e pergunte: "Porque você quer saber?".
• Lembre-se que grandes amores e grandes conquistas envolvem riscos.
• Ligue para sua mãe.
• Diga "saúde" quando alguém espirrar.
• Quando você se deu conta que cometeu um erro, tome as atitudes necessárias.
• Quando você perder, não perca a lição.
• Lembre-se dos três Rs: Respeito por si próprio, respeito ao próximo e responsabilidade pelas ações.
• Não deixe uma pequena disputa ferir uma grande amizade.
• Sorria ao atender o telefone, a pessoa que estiver chamando ouvirá isso em sua voz.
• Case com alguém que você goste de conversar. Ao envelhecerem suas aptidões de conversação serão tão importantes quanto qualquer outra.
• Passe mais tempo sozinho.
• Abra seus braços para as mudanças, mas não abra mão de seus valores.
• Lembre-se de que o silêncio, às vezes, é a melhor resposta.
• Leia mais livros e assista menos TV.
• Viva uma vida boa e honrada. Assim, quando você ficar mais velho e olhar para trás, você poderá aproveitá-la mais uma vez.
• Confie em Deus, mas tranque o carro.
• Uma atmosfera de amor em sua casa é muito importante. Faça tudo que puder para criar um lar tranquilo e com harmonia.
• Em desentendimento com entes queridos, enfoque a situação atual.
• Não fale do passado.
• Leia o que está nas entrelinhas.
•Reparta o seu conhecimento. É uma forma de alcançar a imortalidade.
• Seja gentil com o planeta.
• Reze. Há um poder incomensurável nisso.
• Nunca interrompa enquanto estiver sendo elogiado.
• Cuide da sua própria vida.
• Não confie em alguém que não fecha os olhos enquanto beija.
• Uma vez por ano, vá a algum lugar onde nunca esteve antes.
• Se você ganhar muito dinheiro, coloque-o a serviço de ajudar os outros, enquanto você for vivo. Esta é a maior satisfação de riqueza.
• Lembre-se que o melhor relacionamento é aquele em que o amor de um pelo outro é maior do que a necessidade de um pelo outro.
• Julgue seu sucesso pelas coisas que você teve que renunciar para conseguir.
• Lembre-se de que seu caráter é seu destino.
• Usufrua o amor e a culinária com abandono total.
Dalai Lama
Sinto muito, mas não pretendo ser um imperador. Não é esse o meu ofício. Não pretendo governar ou conquistar quem quer que seja. Gostaria de ajudar - se possível - judeus, o gentio ... negros ... brancos.
Todos nós desejamos ajudar uns aos outros. Os seres humanos são assim. Desejamos viver para a felicidade do próximo - não para o seu infortúnio. Por que havemos de odiar ou desprezar uns aos outros? Neste mundo há espaço para todos. A terra, que é boa e rica, pode prover todas as nossas necessidades.
O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos. A cobiça envenenou a alma do homem ... levantou no mundo as muralhas do ódio ... e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, emperdenidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas duas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido.
A aviação e o rádio aproximaram-se muito mais. A próxima natureza dessas coisas é um apelo eloqüente à bondade do homem ... um apelo à fraternidade universal ... à união de todos nós. Neste mesmo instante a minha voz chega a milhões de pessoas pelo mundo afora ... milhões de desesperados, homens, mulheres, criancinhas ... vítimas de um sistema que tortura seres humanos e encarcera inocentes. Aos que me podem ouvir eu digo: "Não desespereis!" A desgraça que tem caído sobre nós não é mais do que o produto da cobiça em agonia ... da amargura de homens que temem o avanço do progresso humano. Os homens que odeiam desaparecerão, os ditadores sucumbem e o poder que do povo arrebataram há de retornar ao povo. E assim, enquanto morrem os homens, a liberdade nunca perecerá.
Soldados! Não vos entregueis a esses brutais ... que vos desprezam ... que vos escravizam ... que arregimentam as vossas vidas ... que ditam os vossos atos, as vossas idéias e os vossos sentimentos! Que vos fazem marchar no mesmo passo, que vos submetem a uma alimentação regrada, que vos tratam como um gado humano e que vos utilizam como carne para canhão! Não sois máquina!
Homens é que sois! E com o amor da humanidade em vossas almas! Não odieis! Só odeiam os que não se fazem amar ... os que não se fazem amar e os inumanos.
Soldados! Não batalheis pela escravidão! lutai pela liberdade! No décimo sétimo capítulo de São Lucas é escrito que o Reino de Deus está dentro do homem - não de um só homem ou um grupo de homens, mas dos homens todos! Estás em vós! Vós, o povo, tendes o poder - o poder de criar máquinas. O poder de criar felicidade! Vós, o povo, tendes o poder de tornar esta vida livre e bela ... de fazê-la uma aventura maravilhosa. Portanto - em nome da democracia - usemos desse poder, unamo-nos todos nós. Lutemos por um mundo novo ... um mundo bom que a todos assegure o ensejo de trabalho, que dê futuro à mocidade e segurança à velhice.
É pela promessa de tais coisas que desalmados têm subido ao poder. Mas, só mistificam! Não cumprem o que prometem. Jamais o cumprirão! Os ditadores liberam-se, porém escravizam o povo. Lutemos agora para libertar o mundo, abater as fronteiras nacionais, dar fim à ganância, ao ódio e à prepotência. Lutemos por um mundo de razão, um mundo em que a ciência e o progresso conduzam à ventura de todos nós. Soldados, em nome da democracia, unamo-nos.
Hannah, estás me ouvindo? Onde te encontres, levanta os olhos! Vês, Hannah? O sol vai rompendo as nuvens que se dispersam! Estamos saindo da treva para a luz! Vamos entrando num mundo novo - um mundo melhor, em que os homens estarão acima da cobiça, do ódio e da brutalidade. Ergues os olhos, Hannah! A alma do homem ganhou asas e afinal começa a voar. Voa para o arco-íris, para a luz da esperança. Ergue os olhos, Hannah! Ergue os olhos.
Charles Chaplin
Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.
A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.
A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.
A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.
A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.
A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.
A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.
A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.
A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.
Marina Colasanti
Curso promovido pela UNICAP
Professor: Antonio Carlos Oliveira Santos
Objetivo: apresentar e dicutir as problemáticas políticas da modernidade, em particular as relacionadas à Democracia, a partir das definições de Ética e Política consagradas pela tradição da Filosofia Política.
Carga horária: 12 horas
Período de realização: quartas-feiras, dias 08, 15, 22 e 29/09
Horário: 9h às 12h
Sala: auditório do CTCH, 1º andar do bloco B Vagas: 30
Valor: R$ 50,00
Depois que uma pessoa falou amargamente durante uma hora, acusando os colegas de serem tratantes, pilantras, burros, idiotas, chatos, injustos e passou a criticar acerbamente a vida particular de cada um, ficou meridianamente claro porque vivia isolada sem amizades, sem prestigio.
Nada afasta tanto você dos amigos e colegas como falar mal da vida deles. Isso é o pior defeito que uma pessoa possa ter no convívio com seus semelhantes.
Respeite para ser respeitado.
Deixe que os outros sejam como quiserem. Não queira ser o reformador das pessoas e do mundo. Mesmo porque seria necessário começar reformando, antes de tudo, suas próprias atitudes negativas.
- não julgueis e não sereis julgados – eis o que ensinava o Mestre. –com a mesma medida com que medirdes, sereis medidos – completava Jesus, profundo conhecedor das leis da mente.
Na verdade, a lei é esta: tudo o que você planta, você colhe. Se você semeia ventos, colhe tempestades. Se você semeia criticas, colhe solidão e desprestigio.
Mas, se você semeia harmonia e amizade, colhera harmonia e amizades multiplicadas.
Seja diferente. Elogie. Procure as qualidades de cada pessoa de suas relações e aproveite o momento adequado para ressaltá-las.
Elogie, elogie, elogie. Mas, sinceramente, do fundo do coração.
A energia positiva e benéfica do elogio produz uma vitalidade física, mental, emocional e espiritual que você nem imagina. Todas palavras contem a energia da sua própria natureza. Se você oferece energias vitalizadoras, estimulantes, e claro que será amado, admirado, respeitado e benquisto.
- toda arvore boa produz bons frutos – volto a citar o grande sábio Jesus.
Numa ocasião, Jesus falou:
-faça aos outros o que deseja que façam a você.
Ai esta uma filosofia de vida ao alcance de qualquer pessoa, por mais rústica que seja. Mas, trata-se, ao mesmo tempo, da filosofia de vida mais sabia, mais justa e mais compensadora.
Revise a sua vida e prometa-se sinceramente ter um coração amigo, compassivo, justo, tolerante e agradável. Esparrame sorrisos de boa vontade. Semeie palavras generosas. No começo isso poderá exigir algum esforço, mas depois, o habito o fará naturalmente e normalmente por você.
E você será a pessoa mais benquista da face da terra.
Eu serrei o primeiro a adorar a sua companhia.
Lauro Trevisan
Reflexão do texto: “A ética e a formação de valores na sociedade” (Leonardo Boff)
0 comentários Postado por Nefer às 14:45Primeiramente gostaríamos de enfatizar que este debate foi proferido pelo pesquisador Leonardo Boff em 2003 numa Conferência Nacional elaborada para um público-alvo específico: os grandes empresários. Nesta perspectiva, observamos que o vocabulário, as idéias discutidas e a forma de abordar o tema, tinham como propósito maior sensibilizar os participantes para “a responsabilidade social e ética” no desenvolvimento de suas respectivas empresas. Foi observado durante a leitura do texto, que no decorrer da explanação das suas idéias o autor busca situar, mesmo que por vezes implicitamente, as relações de poder e as conseqüências sociais destas.
Desta forma, Boff (2003) inicia sua reflexão chamando atenção para uma crise estrutural que, segundo ele, “atinge os fundamentos da civilização”. Neste aspecto, observamos que o autor é incisivo nas suas colocações e assim, responsabiliza cada um de nós cidadãos no sentido de encontrar saídas inovadoras para possíveis mudanças na humanidade como um todo.
No que se refere aos três eixos “pilares” para o desenvolvimento dessa crise, o primeiro diz respeito ao que ele chamou de “apartação social”. Aqui ele enfatiza a exclusão social advinda das condições de miséria e pobreza, como algo freqüente na rotina das pessoas. Ele chama atenção para “o risco que efetivamente a humanidade aceite como inevitável essa apartação mundial”, uma vez que já está inserida na visão de mundo das pessoas. Neste aspecto acreditamos que o autor consegue mobilizar questões pertinentes a nossa rotina e lembra que os valores como solidariedade e cooperação devem ser a prática diária do cidadão.
Quanto ao segundo eixo da crise mundial, “o sistema de trabalho”, o autor é determinista. Ele responsabiliza a má distribuição de riqueza e as diferenças entre o capital especulativo e o capital produtivo como fatores decisivos para o crescimento do desemprego. Sabemos que o progresso se torna inevitável nos dias atuais uma vez que representa um avanço para todos nós, porém, em contrapartida, suas conseqüências sociais podem ser desastrosas, pois criam-se alguns empregos em detrimento de vários outros. Neste aspecto, concordamos com Boff quando ele afirma que a tecnologia além de trazer mudanças sociais, traz conseqüências, portanto, devemos estar atentos e preparados para elas.
O terceiro e último eixo refere-se ao “alarme ecológico”. Neste enfoque, o autor nos parece inovador quando pontua a relação do homem com os ecossistemas e fala sobre a “alfabetização ecológica”.
De acordo com Boff, a relação do homem com o planeta tem provocado muitos impactos na natureza. O ser humano ocupa grande parte do planeta e hoje é visível à degradação que ocorre por causa do consumo desenfreado e da falta de cuidado com o ambiente.
As próximas gerações poderão herdar todos os erros que comentemos e a falta de cuidado que deixamos de ter com o planeta e com os seres que aqui vivem. Assim sendo, existem muitos processos de degradação que se espalham pelo planeta e tem sido difícil frear novos incidentes por causa do consumo e da cobiça.
A alfabetização ecológica é uma solução que é proposta no texto, uma saída desse estado de destruição que nos encontramos. Iniciar esta educação ecológica através dos empresários realmente seria um bom ponto de partida e, posteriormente, a idéia de ampliarmos esta conscientização através da educação também, porém o importante mesmo é que as pessoas devem ter a educação ecológica dentro de si, porque se não for assim teriam que existir fiscais para controlar as pessoas. Quando o sentimento de preservar e cuidar está dentro de nós, somos nossos próprios fiscais e fiscais dos outros também. Os métodos de comunicação com as pessoas podem ser diversos, mas o sentimento de preservação necessita estar presente dentro de nós.
Concordamos com o autor que devem existir reflexões, cuidados e conscientização da população em relação ao nosso planeta e tudo que faz parte dele, pois não estamos à parte dele e sim integrados em um só sistema, com todos e tudo que existe na Terra.
No tópico Razão e Afeto, Boff, inicialmente, cita o testamento de Sagan: “nós criamos o princípio da autodestruição”. Significa que temos poder suficiente para devastar o planeta inteiro. É necessário, portanto, impedir que isso aconteça, tomando atitudes mais responsáveis.
Citando Betinho, o autor afirma que nossa crise é de sensibilidade. Nossos problemas demandam uma revolução dos sentimentos, um resgate da nossa essência humana mais profunda, que fará com que passemos a enxergar melhor o outro, a evitar o sofrimento humano, a fome, a violência, a miséria.
Boff comenta a relação entre razão e afeto, afirmando que nós “afetamos a realidade e somos afetados por ela”, e que essa relação forma nossa racionalidade. Assim, a razão se funda no afeto, nossos valores se formam a partir dos sentimentos.
Por outro lado, sem a razão, os sentimentos desenfreados se transformariam em delírio hedonista, e apenas o prazer importaria. A razão disciplina e direciona o afeto. Segundo Boff, “há uma dialética dramática entre razão e sentimento”. Portanto, o ideal é o equilíbrio.
A idéia é criar uma comoção ética através do resgate da afetividade que é parte da nossa natureza, provocando a mobilização necessária para mudar nossos comportamentos.
Concordamos com o autor, pois acreditamos que nossa tendência natural é de sentir pelo outro, ajudá-lo, não deixá-lo sofrer. Estamos perdendo esses sentimentos por causa da lógica do mundo globalizado e competitivo, que prega a vitória a partir da negação do outro, a falta de responsabilidade com o futuro. Tudo que importa é vencer e acumular. No outro extremo, percebemos que a mídia impõe-nos uma filosofia de prazer, de forma que procuramos preencher nossos vazios afetivos através de prazeres mercadológicos, produtos. O caminho da mudança é mesmo o do sentimento, do amor, sem nunca deixar de lado a responsabilidade, o cuidado com o outro e com o planeta em que vivemos.
Ética do Cuidado, da Solidariedade e da Responsabilidade
Segundo Boff, o cuidado é uma atitude amorosa para com a vida, protege a vida, busca a expansão da vida. E toda vida precisa de cuidado.
Concordamos com o autor quando ele comenta a seguinte fábula: O cuidado é o orientador antecipado de todos os atos. Tudo o que o ser humano faz tem que fazer com cuidado, senão pode ser desastroso. Por exemplo, se não tivermos cuidado com o nosso corpo, nossa alimentação, com a água que usufruímos, com a natureza em sentido geral, como é que vamos sobreviver? Quem sobreviverá no Planeta Terra? Por isso o autor afirma: O cuidado é a dimensão em todos os aspectos. O que seria do bebê se não houvesse cuidado? Logo, faz-se necessário a elaboração de uma ética do cuidado para funcionar com um consenso mínimo a partir do qual todos possam conscientizar-se de que precisamos desenvolver uma atitude cuidadosa, protetora e amorosa em todos os aspectos.
Em se tratando de solidariedade, somos seres humanos no momento em que amparamos o outro com afeto quando esse outro necessita; é incluir o outro respeitando suas diferenças e limitações; é compartilhar e ajudar a todos em qualquer ocasião, por mais complicada que seja ou que possa parecer, sem pensar em tirar proveito da situação, ou seja, sem querer receber algo em troca. Se cada um de nós, seres humanos, tirássemos uma tarde na semana, por exemplo, para visitar os enfermos em hospitais, ou um vizinho doente na comunidade, quanta compreensão, quanto respeito, quantas palavras de alento e carinho surgiriam e seriam oportunas para a melhora da auto-estima desse cidadão, facilitando assim o seu restabelecimento total ou parcial. Por isso, é que concordamos com autor quando diz que uma sociedade, uma comunidade ou uma empresa, só funcionará se criar laços de cooperação. Pois, a partir daí, tudo no mundo se tornará benevolente e não destrutivo.
O ser Responsável passa pelo fato de se ter consciência clara, de atribuir a você a obrigação de responder pelos seus próprios atos sem que transfira para os outros as conseqüências deles. Nossas conquistas como os nossos prejuízos são de nossa única responsabilidade, por isso temos de meditar antes de agir, evitando que os nossos prazeres se apóiem no sofrimento de outras pessoas. Não existe o dia em que a gente se levanta e começa a ser responsável. Ao chegar à adolescência, é que descobrimos que o compromisso com as nossas coisas e com as tarefas da casa começa desde cedo e é um processo construído aos poucos, no dia-a-dia. Podemos exemplificar da seguinte maneira: Se uma criança após brincar guarda todos os brinquedos que ela tirou do lugar, irá aprender que aquilo é responsabilidade dela e não das outras pessoas.
Será que existe um jeito de ser responsável?
É difícil responder, mas quando entregamos uma encomenda em dia, entregamos os deveres escolares em dia, damos banho no cãozinho e limpamos sua área, etc... estamos exercendo pequenos atos de responsabilidade que vão ganhando volume no nosso dia a dia. Segundo o texto, é certo pensar e acreditar que o bem que fazemos contamina, é como uma luz que erradia, por isso precisamos ter cuidado, viver com mais solidariedade no trabalho, na família, com os amigos e vizinhos respeitando o espaço, o direito do outro. Temos de pensar bem antes de proferir a palavra, só assim , poderemos viver com mais civilidade.
Reflexão texto: “Pós-modernidade e novos paradigmas” (Frei Betto)
1 comentários Postado por Nefer às 14:39A reflexão que permeia o texto está baseada nas constantes mudanças ocorridas na sociedade atual e suas possíveis repercussões. O autor chama atenção inicialmente para um processo de “crise” que acontece sobre os pilares da sociedade: o Estado, a família, a escola, a Igreja e o trabalho. Atribui como fatores desencadeadores desse processo a imposição de valores advindos da globalização e a falta de respeito quanto ao modelo de vida de cada cultura.
Quanto a esse aspecto, acreditamos que o autor pontua algumas questões bastante relevantes. A impressão que nos dá é de que precisamos repensar, enquanto cidadão, o nosso “fazer social”. De fato, estamos apenas absorvendo e repetindo comportamentos sem refletir sobre as perdas e ganhos desse processo. Devemos inclusive, como o autor sugere no texto, propor uma nova dinâmica de convivência social e assim, ousar, numa postura diferenciada.
A DESISTORIZAÇÃO DO TEMPO E PERENIZAÇÃO DO PRESENTE
No tópico “A desistorização do tempo”, o autor comenta a importância do conhecimento da nossa história enquanto nação. Ele expressa certa indignação quanto à forma como foi comemorada a festa dos 500 anos de Brasil, chamando atenção mais uma vez sobre a “relação de posse” e imposição de paradigmas. Aqui o autor resgata, através do paralelo que ele faz entre Marx, Jesus e Freud, a necessidade de compreendermos a evolução da nossa história e do tempo afirmando, assim, que sem isso corremos o risco de nos perdermos no vazio.
Neste aspecto concordamos com o autor e lembramos inclusive, a relação que fazemos com a construção da nossa identidade nacional. Não dá para pensar num Brasil eternamente dependente e muito menos, deixar de contextualizar os fatos.
Em relação à perenização do presente, Betto afirma que a sociedade contemporânea considera um pensamento único, um modelo ideal, que é capitalista neoliberal. Acredita-se que este modelo perdurará eternamente, sem mudanças. E mesmo sabendo que este modelo gera em nós uma imensa insatisfação, reproduzimo-lo, sem refletir, sem imaginar que podemos criar uma realidade diferente da que nos é imposta. Isso é grave, segundo o autor, porque o ser humano precisa do sonho. Somos incompletos e temos necessidade de ideais.
Ainda segundo o autor, a cultura, que a princípio tem o papel social de aprimorar nosso espírito, nossa consciência, tem perdido espaço para o mero consumismo. É a cultura de entretenimento, controlada pela mídia publicitária, que apenas está interessada em ganhar mercado consumidor.
Concordamos com o autor, pois sabemos que a publicidade tem hoje um papel fundamental na difusão da cultura. O entretenimento que se vê hoje na televisão, por exemplo, é rapidamente difundido, é simples, digerido com facilidade por todos. Esta cultura, realmente, não é crítica, não traz reflexões nem novos ideais: é alienante. De fato, muitas vezes fica difícil discernir entre o que nos serve como cultura e informação relevante e o que não passa de manipulação consumista.
No entanto, não somos pessimistas ao ponto de não acreditar que existam novas propostas para o futuro. Pensamos que a sociedade, de uma forma geral, tem se conscientizado a respeito dos graves problemas que vivemos, sejam eles ambientais ou sociais. Talvez pela insustentabilidade da situação a que chegamos, uma mudança tem-se feito necessária e inevitável. Sofremos forte domínio cultural, e isso nos traz dificuldade para pensar e agir de forma diferente, mas sabemos que é possível mudar, que existem muitos que já estão tentando, e que podemos também tentar fazer diferença no mundo.
A EROTIZAÇÃO PRECOCE
Com o passar dos anos, em nossa sociedade, podemos observar que houve uma modificação na relação de consumo entre as pessoas. O comportamento consumista mudou a ponto de influenciar até as nossas crianças e adolescentes. O autor do texto afirma que, como as crianças não possuem o amadurecimento necessário para discernir entre o valor de compra e o valor de uso do produto desejado, elas desejam ter tudo que vêem e lhes atrai, e assim a indústria de artigos infantis tira proveito disso, faturando muito nesse segmento.
A “erotização precoce”, que é caracterizada por esse comportamento de consumismo exagerado por parte das crianças, é estimulada para que as mesmas criem o desejo de sempre ter algo, e assim acabem pedindo aos pais aquele objeto que almejam. Estes, por sua vez, acabam sempre cedendo ao desejo dos filhos, como forma de evitar aborrecimentos ou de não frustrá-los. Como resultado, a criança chega à puberdade cheia de insegurança e, como é nessa fase que o jovem começa a adequar a razão à realidade, e a fantasia passa a ficar em segundo plano, o que muitas vezes resulta numa crise. É quando percebemos que não podemos viver apenas de sonhos e fantasias e temos que nos adequar à nossa realidade. E o real muitas vezes pode ser assustador.
Acreditamos que o consumismo desenfreado na vida das crianças e adolescentes acaba gerando, na vida adulta, uma continuação viciosa de todo esse processo. E, a partir dessa perspectiva consumista que se instala nas pessoas, podem-se desenvolver muitas vulnerabilidades. Isso é bastante vantajoso às indústrias, uma vez que só estão interessadas em vender seus produtos cada vez mais.
Outro aspecto relevante do texto diz respeito à influência que a TV exerce no comportamento dos jovens. Frei Betto afirma que é através da fantasia que a TV modifica o comportamento dos jovens, uma vez que deixa de estimular a brincadeira que se fazia por pura fantasia em detrimento de uma programação que muitas vezes sequer é adequada. Além de concordamos com o autor sabemos que não são apenas os mais jovens que sofrem essa influência. Talvez seja mais nocivo aos mais jovens por interferir na construção do seu entendimento de mundo, pois seus conceitos, personalidade, caráter, ainda estão em processo de formação. Por isso, devemos ficar sempre atentos como pais, educadores, enfim como cidadãos, pois é fato que ao longo dos anos a TV, principalmente através das novelas, dita padrões de comportamentos que devem ser seguidos como seitas. É a noção de que existe um modo ideal e padronizado de ser, de falar, de se vestir, de agir, e isso, se torna muito perigoso, principalmente para uma mente em formação.
Frei Betto ainda faz um paralelo de questionamentos sobre os valores e as interferências que são comuns na nossa sociedade comparando ao seu passado (infância) e as suas experiências de vida. Ele lembra com saudosismo de sua infância e vai fazendo uma comparação com os dias mais atuais. Afinal, acreditamos que a construção de valores na vida das pessoas é um processo resultante de todo caminho que elas percorrem ao longo da suas vidas.
A PRIVATIZAÇÃO METAFÍSICA
Em relação ao tópico “A Privatização Metafísica”, concordamos quando o autor (Frei Betto) afirma que “ficar doente, ter uma deficiência física ou um filho com uma anomalia mental, é caso de esconder debaixo do tapete”. Porém, apesar de vivermos numa sociedade em que, inconscientemente, incorporamos os modelos do consumismo, discordamos da generalização. Felizmente, há pessoas que realmente tem consciência de que o doente, o extraído, o escanteado, o diferente é um ser vivo e precisa de nossa ajuda para vencer ou conviver com suas limitações ou diferenças sem precisar se angustiar ou se sentir inferior por fugir dos padrões que a sociedade considera como normais.
Em se tratando de competição intelectual, a vaidade, o medo de perder sua colocação, leva o indivíduo ao extremo para permanecer no degrau em que se encontra. É difícil elogiar o outro no local de trabalho, é difícil encontrar colegas que realmente estimulem o outro a continuar por acreditar que pode fazer a diferença e trazer benfeitorias para todos no ambiente de trabalho ou em qualquer outro ambiente. Acreditamos que educadores, pais, crianças, diretores de empresas e de escolas, estudantes, enfim, nenhum nasce com preconceito. “A intolerância é assimilada e fomentada pela sociedade, que muitas vezes, é resistente quando se trata de lidar com a diferença” (Betto).
Por que surge a discriminação?
Por causa da necessidade que todos nós temos de qualificar as coisas e as pessoas dentro do que é socialmente considerado normal. Desde os tempos antigos, o homem se organiza socialmente centrado em si mesmo. Julgamos os demais pelas roupas que usam, pelos alimentos q eu consomem, por sua história e sua moral. Os grupos são formados de acordo com a classe social, idade, cultura, religião, região onde vivem, estética. Quando uma pessoa ocupa uma posição que, pela normalidade, não faz sentido, surge o estranhamento.
Concordamos que o primeiro passo para combater a intolerância é aceitar que ela existe. A resistência às pessoas com deficiência e/ou alguma anomalia, é fruto do desconhecimento sobre o assunto. Classe social inferior a nossa, etnia diferente da nossa, costumes e cultura que divergem do que estamos acostumados causam uma enorme dificuldade de aceitação.
ALTERIDADE E CULTURAS PARALELAS
Outro aspecto do texto que consideramos relevante é a questão da “alteridade” que segundo o autor é a capacidade do sujeito em apreender o outro na plenitude da sua dignidade, dos seus direitos e, sobretudo da sua diferença. Essa alteridade não deve ser vista como algo apenas de sujeito para sujeito mas, sim, estendida para a natureza (animas, plantas, rios, mares, etc..)
Concordamos com o autor, afinal de contas, qualquer ser vivo, assim como o meio ambiente (fauna e flora) merecem ser respeitados. Porém, infelizmente, vivemos numa sociedade onde existe toda uma cultuação à beleza, ao dinheiro, etc... e, onde as pessoas tendem a “padronizar” costumes e comportamentos. Desta maneira, aqueles que não se encaixam nesse “padrão” são discriminados e excluídos sem a menor piedade. Podemos citar como exemplos: o deficiente físico, o idoso, o homossexual, etc...
Se não conseguimos estabelecer uma relação de respeito entre nós ditos “seres civilizados” imagine como estender isso à natureza. As catástrofes ambientais estão aí para provar isso, onde após décadas de invasão e de destruição do meio ambiente por parte do homem agora temos que lidar com a “fúria” da natureza que nada mais quer do que recuperar o que lhe foi retirado. Nesse ponto concluímos que apesar de já haver um movimento de conscientização por parte de alguns, sabemos que a alteridade em sua plenitude ainda está longe de se tornar algo de fato real entre nós. Atualmente, fala-se muito em deixarmos um planeta melhor para os nossos filhos, mas não se fala em deixarmos filhos melhores para o nosso planeta.
Numa sociedade com tanta desigualdade social se torna comum a concepção de que há aquele que é “detentor do saber” e aquele que “não sabe nada”, portanto precisa aprender. Esse é outro questionamento levantado pelo autor que fala exatamente da tendência que temos em “colonizar” o outro, partindo do pressuposto de que “eu sei tudo” e o outro “nada sabe”. Principalmente se esse outro não tiver um diploma, como se o saber estivesse resumido ao que se aprende em sala de aula e não considerasse as experiências de vida e a subjetividade do sujeito. Nesse aspecto também concordamos com ele, pois infelizmente, a própria sociedade bastante competitiva já nos condiciona a isso. O que não significa que não devemos nos questionar. Não existe um saber maior que outro, mas sim formas de conhecimentos diferentes. E, o fato de serem diferentes não significa que sejam mais ou menos importantes. “Todo mundo é ignorante, só que em assuntos diferentes”.
Por fim, o autor fala da falta de equilíbrio emocional que temos para lidar com nossos conflitos, sejam eles oriundos no ambiente trabalho, na família, nos relacionamentos, enfim, no nosso dia-a-dia. Concordamos com ele, mas achamos que faltou uma análise um pouco mais aprofundada desse aspecto por parte do mesmo. Afinal, trata-se de um assunto bastante preocupante, pois hoje vivemos num mundo onde desde a infância os pais procuram satisfazer todos os desejos dos filhos, sem permitir muitas vezes que estes passem por algumas situações de frustrações. Ao crescerem tornam-se adultos despreparados emocionalmente e na menor situação de frustração, de perda, se descontrolam a ponto de muitas vezes causarem danos irreversíveis para eles e para a sociedade, uma vez que não foram preparados para a vida real, onde existem problemas, perdas e frustrações. Há uma intolerância e imaturidade para lidar com os conflitos, o que acaba resultando algumas vezes em atos de extrema violência.
EDUCAR PARA A SUBJETIVIDADE, CONTEXTUALIZAÇÃO E EDUCAÇÃO POLÍTICA
A vida moderna nos faz perder a dimensão do ser, nos tornando cada vez mais dependentes do ter. Somos mais na medida em que temos mais. Frei Betto afirma que os nossos bens finitos, materiais, passaram a ter prioridade sobre os bens infinitos – a dignidade, a liberdade, a paz, etc. Assim, perdemos a capacidade de meditação, de encontro consigo mesmo. Concordamos com as idéias do autor, pois acreditamos que é preciso refletir sobre essa lógica de consumo que nos é imposta pela mídia, que nos faz querer sempre mais em termos materiais e nos faz esquecer nosso valor intrínseco, nossa subjetividade.
Outra perspectiva lançada pelo autor é a da generosidade, a capacidade de perceber o outro e respeitá-lo, reconhecendo seus direitos e sua dignidade humana. Segundo ele, é a partir do diálogo que se consegue entender o outro, que se pode desviar um pouco o olhar de si mesmo, percebendo a riqueza do grupo, vivendo em comunidade.
Para Betto, o desafio que se lança é de como transformar os cinco pilares da sociedade, para que se tornem comunidades de resgate da cidadania e de exercício de alteridade democrática. Considerando o poder do mercado e da mídia, acrescentaríamos ainda o papel das empresas, da imprensa, da televisão para o alcance deste objetivo. A mídia é um importante instrumento comunicação que pode ser utilizado para manipulação e alienação das massas. Mas pode também ser um espaço de educação para a democracia e exercício da alteridade. Depende da vontade dos que formam sua programação.
As informações veiculadas pela mídia circulam pelo mundo cada vez mais rapidamente. Recebemos esses dados de forma tão displicente que muitas vezes nem nos damos ao trabalho de pensar sobre eles. Nesse sentido, Betto afirma que se faz necessária uma formação para selecionar a informação pertinente. Essa formação tem a ver com a criação de espaços de educação política, cidadã e democrática.
Educação política é, também, um dos pontos destacados pelo texto. O nojo que a maioria dos jovens tem da política brasileira é um fator preocupante. A aversão que sentem faz com que deixem de exercer a cidadania, é causa do analfabetismo político da maioria dos brasileiros e faz com que continuemos sendo manipulados por uma minoria que deseja manter o poder. Para o autor, é preciso resgatar o sonho, o ideal de sociedade e de política, sobretudo dos jovens, para que se possa participar do sistema democrático de maneira mais consciente.
Compartilhamos dessas idéias e acreditamos que a escola é um espaço ideal para essas discussões de política e cidadania. Como profissionais da área da educação, pensamos ser nosso dever ético fazer da escola um espaço de exercício de alteridade, ou seja, de diálogo e respeito mútuo, onde se possa pensar o mundo criticamente, entender a política, construir ideais e valores humanos, formar cidadãos.
Programação
Primeiro Semestre 2010
Filosofia contemporânea
Professor: Karl Heinz Efken
Objetivo: Estudar temas que são pertinentes à Filosofia contemporânea
Carga horária: 12 h/a
Período de realização: terças-feiras, dias 08, 15, 22 e 29/06/10
Horário: 9h às 12h
Sala: Auditório CTCH – 1º andar do Bloco B
Vagas*: 30
Valor: R$ 50,00
http://www.unicap.br/universidade/index.html
As relações afetivas também estão passando por profundas transformações e revolucionando o conceito de amor.
O que se busca hoje é uma relação compatível com os tempos modernos, na qual exista individualidade, respeito, alegria e prazer de estar junto, e não mais uma relação de dependência, em que um responsabiliza o outro pelo seu bem-estar.
A idéia de uma pessoa ser o remédio para nossa felicidade, que nasceu com o romantismo está fadada a desaparecer neste início de século.
O amor romântico parte da premissa de que somos uma fração e precisamos encontrar nossa outra metade para nos sentirmos completos.
Muitas vezes ocorre até um processo de despersonalização que, historicamente, tem atingido mais a mulher.
Ela abandona suas características, para se amalgamar ao projeto masculino.
A teoria da ligação entre opostos também vem dessa raiz: o outro tem de saber fazer o que eu não sei.
Se sou manso, ele deve ser agressivo, e assim por diante.
Uma idéia prática de sobrevivência, e pouco romântica, por sinal.A palavra de ordem deste século é parceria.
Estamos trocando o amor de necessidade, pelo amor de desejo.
Eu gosto e desejo a companhia, mas não preciso, o que é muito diferente.
Com o avanço tecnológico, que exige mais tempo individual, as pessoas estão perdendo o pavor de ficar sozinhas, e aprendendo a conviver melhor consigo mesmas.
Elas estão começando a perceber que se sentem fração, mas são inteiras.
O outro, com o qual se estabelece um elo, também se sente uma fração.
Não é príncipe ou salvador de coisa nenhuma.
É apenas um companheiro de viagem.
O homem é um animal que vai mudando o mundo, e depois tem de ir se reciclando, para se adaptar ao mundo que fabricou.
Estamos entrando na era da individualidade, o que não tem nada a ver com egoísmo.
O egoísta não tem energia própria; ele se alimenta da energia que vem do outro, seja ela financeira ou moral.
A nova forma de amor, ou mais amor, tem nova feição e significado.
Visa à aproximação de dois inteiros, e não a união de duas metades.
E ela só é possível para aqueles que conseguirem trabalhar sua individualidade.
Quanto mais o indivíduo for competente para viver sozinho, mais preparado estará para uma boa relação afetiva.
A solidão é boa, ficar sozinho não é vergonhoso.
Ao contrário, dá dignidade à pessoa.
As boas relações afetivas são ótimas, são muito parecidas com o ficar sozinho, ninguém exige nada de ninguém e ambos crescem.
Relações de dominação e de concessões exageradas são coisas do século passado.
Cada cérebro é único.
Nosso modo de pensar e agir não serve de referência para avaliar ninguém.
Muitas vezes, pensamos que o outro é nossa alma gêmea e, na verdade, o que fizemos foi inventá-lo ao nosso gosto.
Todas as pessoas deveriam ficar sozinhas de vez em quando, para estabelecer um diálogo interno e descobrir sua força pessoal.
Na solidão, o indivíduo entende que a harmonia e a paz de espírito só podem ser encontradas dentro dele mesmo, e não a partir do outro.
Ao perceber isso, ele se torna menos crítico e mais compreensivo quanto às diferenças, respeitando a maneira de ser de cada um.
O amor de duas pessoas inteiras é bem mais saudável.
Nesse tipo de ligação, há o aconchego, o prazer da companhia e o respeito pelo ser amado.
Nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem de aprender a perdoar a si mesmo…
PS: Caso tenha ficado curioso em saber o significado de SAWABONA, um cumprimento usado no sul da África e quer dizer"EU TE RESPEITO, EU TE VALORIZO, VOCÊ É IMPORTANTE PRA MIM".
Em resposta as pessoas dizem SHIKOBA, que é "ENTÃO, EU EXISTO PRA VOCÊ"